segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pedra de revestimento da fachada - Lioz

Desde que iniciámos a nossa construção, que andávamos indecisos com qual a pedra a aplicar no revestimento de uma fachada da nossa casa.

A primeira opção, aquando da elaboração do projecto em 2007, era o Xisto. Tínhamos visto algumas casas com aplicações de xisto em algumas fachadas decorativas e gostávamos. Dáva um tom moderno à casa, ficando branca e com algumas partes mais escuras.

Entretanto, numa das feiras de materiais de construção a FIL, tivemos contacto com o material de revestimento de uma empresa que é a EcoPiedra. Ele fabricam umas lajes de um compósito qualquer a imitar várias padrões de pedra e um dos modelos, o Laja Marron Tierra era muito parecido com xisto.

O material é composto por "azulejos", o que tem custos de mão de obra muito inferiores ao xisto natural.

Vimos igualmente umas casas que uns amigos conhecidos estão a construir em http://www.village-malveira.com/ e que usa esta pedra. Embora muito interessante visualmente, a minha opinão é que vai passar de moda...

Mas entretanto a conversa com um colega mais velho e mais batido nestas coisas, ele abriu-nos os horizontes...

Segundo ele, ficaríamos mais bem servidos com Lioz. Até calhava bem, porque já tínhamos sido obrigados a corrigir a memória descritiva do projecto, porque não queriam aceitar o xisto, além de estarmos situados num "núcleo histórico" (ainda não descobrimos onde...), deveríamos optar por um pedra da região...

Tínhamos alguns exemplares de casas com Lioz aqui perto e sabíamos que seria díficil arranjar uma boa pedra a um bom preço.

O Lioz é um calcário que ainda é encontrado com facilidade aqui na zona... Segundo o Ornabase, o Lioz tem o seguinte enquadramento geológico:

As camadas exploradas fazem parte de formações bioconstruídas e bioclásticas provavelmente afectadas por metamorfismo regional provocado pela intrusão do maciço sub-vulcânico de Sintra e pelas formações basálticas e intrusões a elas associadas do Complexo Basáltico de Lisboa.

Além de ser uma pedra da região, sabemos que a sua exploração está a ficar muito limitada. Os bons filãos estão a sair a grandes profundidades o que aumenta consideravelmente o preço da pedra. Nos próximos anos, será uma pedra a sair com menor intensidade, tornando-se mais rara nas obras e encarecendo o seu valor.

Após várias visitas a pedreiras e estaleiros, conseguimos encontrar umas chapas que aparentavam ter boa qualidade.


Eram chapas provenientes de 2 blocos diferentes. Um dos conjuntos tinha uns tons mais rosados (aproximação do Lioz St. Floriant).


Enquanto as outras eram mais brancas, pertinho do Lioz de melhor qualidade ;)


Um bom truque para perceber a cor das pedras nesta fase, é molhando, para disfarçar as riscadelas da serragem e o pó que tenham....




Entretanto já tínhamos retirado algumas medidas no interior e no exterior da casa, para podermos cortar a pedra à medida mais aproximada. Pretendíamos evitar os desperdícios e cortar mosaicos de pedra que completassem umas das paredes. A medida final foi 55 cms por 29,5 cms de altura :)

Após alguns cortes ficámos com este material para seleccionar :)


Teríamos agora que ver cada pedra destes montes e escolher quais seriam parao interior e para o exterior.


O acabamento final será diferente. As pedras do interior serão polidas, enquanto as pedras do exterior terão o acabamento escovado.

Depois de uma tarde a virar pedras, já tínhamos uma palete pronta para escovar:


E outra para polir:



Entretanto experimentámos polir uma pedra de cada chapa, uma das mais brancas e outra da mais rosa:


O resultado final prometia :)

Além dos acabamentos escovado e polido, fizemos uma pequena alheta em todas as pedras, de forma a criar umas linhas decorativas:


Um pequeno pormenor para dar um ar mais moderno à aplicação final. Faziam-se uns ensaios para prever o resultado final:



Como a quantidade de chapas é muito à conta para as nossas necessidades, guardámos todos os restos, que podem vir a ser precisos para alguns cortes...

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